segunda-feira, 5 de março de 2018

Resenha do Livro: Passarinha - Kathryn Erskine.


No mundo de Caitlin, tudo é preto e branco. Qualquer coisa entre um e o outro dá uma baita sensação de recreio no estômago e a obriga a fazer bicho de pelúcia. É isso que seu irmão, Devon, sempre tentou explicar. Mas agora, depois do dia em que a vida desmoronou, seu pai, devastado, chora muito sem saber ao certo como lidar com isso. Ela quer ajudar o pai - a si mesma e todos a sua volta -, mas, sendo uma menina de dez anos de idade, autista, portadora da Síndrome de Asperger, ela não sabe como captar o sentido. 
Caitlin, que não gosta de olhar para a pessoa nem que invadam seu espaço pessoal, se volta, então, para os livros e dicionários, que considera fáceis por estarem repletos de fatos, preto no branco. Após ler a definição da palavra desfecho, tem certeza de que é exatamente disso que ela e seu pai precisam. E Caitlin está determinada a consegui-lo. Seguindo o conselho do irmão, ela decide trabalhar nisso, o que a leva a descobrir que nem tudo é realmente preto e branco, afinal, o mundo é cheio de cores, confuso mas belo. 




Passarinha é uma obra que narra a trajetória e os pensamentos de uma criança muito especial chamada Caitlin, completamente inteligente, porém, não muito sociável, a menina vai passar por uma serie de situações para encontrar um desfecho, que ela e seu pai precisam. Inspirada no massacre de Virginia Tech, a obra aborda problemas sociais e a questão da empatia de uma maneira muito inusitada.

Caitlin é uma menina de dez anos com Síndrome de Asperger que acabou de perder seu irmão em um massacre. Para quem não conhece, essa síndrome é um espectro do Autismo. As pessoas que se enquadram nesse caso crescem normalmente, tem uma inteligencia mediana ou acima da média, porém, possuem muitas dificuldades em entender o mundo exterior, levar uma vida sociável e sentir empatia pelos sentimentos das pessoas. 

Nessa obra conhecemos o universo da Caitlin, estamos literalmente lendo seus pensamentos e a partir disso podemos compreender como funciona a percepção de mundo de uma menina de dez anos, esperta e talentosa. No inicio o livro causa um certo estranhamento ao leitor, a forma como a garota lida com a morte do irmão, a falta de empatia com os sentimentos de seu pai e dos colegas de colégio. Ela realmente vive em um universo só dela, ela só enxerga e escuta o que quer, acha que não precisa de amigos, só precisa do seu dicionário. 

A Senhora Brook é um elemento fundamental para o desenvolvimento social de Caitlin, ela é a orientadora da escola e o seu objetivo é fazer com que a menina viva de uma maneira saudável, ela a incentiva a fazer amigos e a ensina a compreender os sentimentos de seus colegas. Não é um trabalho fácil, porém, aos poucos podemos notar sinais de melhoria na garota. 

Quando Caitlin decide encontrar um desfecho para ela e seu pai tudo muda! Ela se dedica a encontrar algo que vá mudar a situação em que estava e é assim que começa a desenvolver a empatia. O mais engraçado é que quando a garota desenvolve esse sentimento, nós leitores o desenvolvemos junto. 

Sou leiga sobre o assunto Síndrome de Asperger, mas sempre quis compreender porque alguém nesse quadro possuí determinadas manias e essa obra foi muito esclarecedora. A autora fez um trabalho excelente fundindo temas como um massacre e a síndrome, pois você espera que seja uma obra triste com um desfecho chocante, mas não é! É uma obra incentivadora e que possuí uma mensagem linda; ela nos ensina a sermos bons seres humanos, a observamos e ajudarmos o nosso próximo, pois dessa maneira não haveriam massacres e as pessoas estariam com suas mentes mais saudáveis. Se eu aprendi algo com essa obra foi que; devemos nos importar com as pessoas sim!   


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